Nostradamus
Outro dia, ao entrar em uma loja, vi um homem que estava
indignado porque não o deixaram preencher um cheque. Alegaram que uma máquina
faria o preenchimento. “Assina na máquina também!”, disse o homem, irado. Não é
que tal indignação tem procedência. Como se escreve mesmo o número 60 por
extenso? É com c ou dois s?… Meu Deus, não lembro! Ainda bem que
ainda sei assinar o meu nome, mas sei que daqui algum tempo isso não será mais
necessário, pois já não há projetos tecnológicos que nos possibilitará votar
com o auxílio da digital? Pois então… Nada contra a tecnologia. Revoluções por Minuto ainda é atual.
Viva o RPM! Vamos aromatizar essa vida degradante! Aromatizante já! Tem vídeo
pirata? Tem!, claro que tem! Mas cartão magnético agora tem chip e, além da senha, uma dúzia de
letras para digitar. Quanta segurança para o cidadão!
Lembrou-me olhar a data.
Há quanto tempo estou perdido? Será que estou atrasado? Acho que sim, mas eu
queria daqui alguns anos ao menos poder assinar o meu cheque, ou será que minha
digital será suficiente para dizer quem realmente sou?
— Quem é você? — será a
pergunta de uma recepcionista de uma loja qualquer.
— Sou essa digital aqui!
— responderei, mostrando o polegar, o sorriso travado feito uma câimbra. — Como
pago a conta?
— Coloque o dedo aqui… o
polegar, tá?, e aguarde até a maquininha reconhecer.
Colocarei o dedo na
máquina e aguardarei ansioso pelo sinal sonoro que avisará que ainda existo.
Quanta alegria sentirei nesse dia! Ufa, serei ainda um ser humano, afinal terei
ainda uma digital.
Já penso até nos novos
modelos de celulares. Eles terão Bluetooth
transmissor de digital.
— Vou estar enviando a
minha digital pra você, ok? — dirá um
cidadão informatizado e eletrolesado, feliz da vida pela
facilidade tecnológica nova geração… de uma geração líquida.
Quanto aos crimes? Serão
digitais. Não! Não é isso que você está pensando, não!!! Não é digital relacionado
a crimes cometidos pela Internet:
essa pedofilia quase canônica que engessa os cérebros e vedam os olhos dos
fiéis. Refiro-me aos sequestros relâmpagos, que não serão mais dessa forma
convencional, em que a vítima precisa acompanhar elegantemente o elegante sequestrador,
cujo intelecto, embora haja tanta informação, é como uma bela letra de funk.
— Ei, ei! Perdeu, perdeu,
chefia! Isso é um sequestro! — dirá o gentil sequestrador.
— Pra onde… pra onde vai
me levar?! — perguntará a vítima, completamente assustada.
O sequestrador estranhará
a atitude do ilustre desavisado, e seus neurônios poderão entrar em colapso ao
tentar entender a situação; afinal, engravatados ditos intelectuais só no plenário
consumidor de pizza sabor Vossa Excelência.
— Como assim, levar
você?! — questionará o sequestrador.
— Não vai me levar?! — o
cidadão dirá um tanto aliviado, embora ainda confuso.
— Não, não vou! — responderá o sequestrador digital,
com um revólver numa mão e o bisturi na outra. — Passa o polegar pra cá agora,
anda logo!!!
bom texto.
ResponderExcluirme fez lembrar que logo virá o biochip
se o mundo ja é manipulado sem chip
imagine com chip
a industria farmaceutica,alimentar,a religiao,os grupos organizados
será um matrix completo
só JESUS PRA LIBERTAR
.elton thiago.